VISÃO:

Seja muito bem-vindo a esta aventura de tentar entender o mundo em que vivemos. Salientamos que nosso maior propósito é proporcionar condições de acerto em 100% das questões de atualidades e conhecimentos gerais dos vestibulares e que secundariamente estaremos almejando contribuir para uma visão ampliada e mais aprofundada quanto ao mundo que nos cerca.

terça-feira, 20 de maio de 2014

PROPOSTAS DE TEMAS: EPISÓDIOS DE JUSTIÇAMENTO

TEMA 03: EPISÓDIOS DE JUSTIÇAMENTO NO BRASIL: “TÁ COM DÓ? LEVA PRA CASA” OU “ADOTE UM BANDIDO”!

LINHA DE ARGUMENTAÇÃO/INTERVENÇÃO:

O linchamento é a violência dura perpetrada por um grupo de pessoas como punição contra um indivíduo acusado de ter praticado algum delito, mas sem o devido processo judicial e em detrimento dos direitos fundamentais de toda pessoa humana garantidos pelas leis.
João Pedro Pádua, advogado criminalista e professor de Processo Penal da UFF (Universidade Federal Fluminense), acredita que é justamente a descrença na lei que move a lógica do justiçamento no país.
“A lei é um instrumento que é mal visto como regulador social no Brasil.”. Para os amigos, tudo, para os inimigos, a lei. Por não confiar na lei, o policial mata porque crê que a Justiça será lenta e ineficiente. O jovem da Zona Sul se junta em bandos e faz justiça com as próprias mãos. E assim as milícias, os traficantes, é a mesma “lógica", diz.
Trata-se de um policiamento ilegal e clandestino, idêntico às milícias e ao patrulhamento das favelas exercidos por narcotraficantes".

DADOS:

Para a antropóloga Alba Zaluar, da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o fenômeno dos justiceiros não é novo, pois já ocorreu em décadas passadas. Ela acredita que "vamos caminhar para a barbárie" caso não se efetive "uma relação de cooperação entre a sociedade e a polícia".
Já o professor de Sociologia e Antropologia Michel Misse, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), alerta que a reação favorável a essas práticas na sociedade é muito preocupante. "É preciso compreender que a sobrevivência dessa ideia de justiça como vingança, uma ideia pré-moderna, é absurda, e que não é uma saída aos problemas. Precisamos esclarecer a importância da lei, ou estamos fadados ao inferno", argumenta.
Para Prando, o apoio a esse tipo de atitude só é possível porque a sociedade brasileira é culturalmente violenta. “O gosto pela violência faz parte da vida do brasileiro, que está habituado a tratar o outro como coisa. Foram 400 anos de escravidão, em que um grupo mandava e outro obedecia."

CAUSAS:

Jaqueline alerta para o apoio popular a esses grupos: “O justiceiro de hoje se transforma no tirano de amanhã. O fortão de hoje, que age em nome da sociedade, vai cobrar regras e taxas de proteção até a liberdade do cidadão amanhã."
Ela compara a ação dos justiceiros à dos milicianos, grupos formados por militares, que cobram taxas em troca de proteção contra traficantes e o crime organizado, e diz que, caso se propague, a tendência é que justiceiros também se transformem em criminosos.
“Historicamente, não há exemplo de miliciano ou grupos de justiceiros que tivesse produzido segurança pública. Ao contrário, eles se converteram em grupos criminosos."
Já a professora e coordenadora do curso de psicologia social da PUC-SP, Maria da Graça Gonçalves, diz que ao dar carta branca aos justiceiros em nome da diminuição da sensação de insegurança, a sociedade “age com sentimento de vingança e não de justiça”.

CONCLUSÃO: 

Devemos cobrar a responsabilidade do Estado e da Justiça, que está preparada para ouvir o contraditório e oferecer o direito de defesa. Uma vez que o cidadão ocupa o lugar do Estado e pensa estar sendo justo, ele se transforma em alguém que comete um crime. Quando alguém se arvora na condição de fazer justiçamento, tira o direito de defesa do outro. As formas (de justiçamento) que são utilizadas relembram o período da escravidão no Brasil. Alerta à população: "As pessoas que querem aparecer diante da sociedade como justiceiros, na verdade, estão cometendo crimes e a lei deverá responsabilizá-las de forma exemplar". Dessa forma o justiçamento é uma manifestação de baixo moralismo empenhada em desfazer os padrões de convivência conquistados a duras penas ao longo do processo civilizador.
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