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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

UOL ATUALIDADES - EVOLUÇÃO (TECNOLOGIA 3D)

Faça você mesmo: impressoras 3D prometem revolução na medicina, na ciência e no dia a dia - POR CAROLINA CUNHA



Imagine que você queira comprar um tênis novo. Logo você acessa seu computador e imprime o par, podendo passear com eles uma hora depois. Parece cena de ficção científica? Não para a tecnologia de impressão 3D, inovação que possibilita criar objetos de verdade diretamente do computador.
Se a impressora tradicional usa tinta em uma superfície plana, a 3D fabrica objetos reais em três dimensões e que você pode segurar na mão. Os materiais para impressão são os mais variados. Borracha, plástico, resina, metal, gesso, cera, tecidos, cerâmica e papel. Num futuro próximo, qualquer pessoa poderá imprimir de tudo em casa. 
A tecnologia existe desde 1986, mas o processo era muito caro e foi usado pela indústria, principalmente, na manufatura de protótipos para produtos. Somente a partir de 2009 é que os primeiros modelos de prototipagem rápida começaram a ser vendidos a preços mais acessíveis.
No Brasil, a primeira impressora 3D foi fabricada em 2012, totalmente nacional. A máquina usa um filamento plástico como matéria prima para criar objetos.
As possibilidades de uso dessa tecnologia são infinitas e a criatividade não tem limites para quem busca criar itens personalizados. Nos Estados Unidos, onde a tecnologia é uma febre, quase tudo já foi impresso: chaves, escovas de dente, canecas, peças de xadrez, tênis, sapatos de plástico, máscaras, bonecos, tabletes de chocolates, vestidos e instrumentos musicais. 
Muitas dessas invenções podem ser vistas no site Thingiverse.com, uma comunidade de criadores de produtos impressos na impressora 3D. Cada usuário pode criar um objeto e disponibilizar o arquivo de código aberto para outros internautas. O site já oferece mais de 100 mil itens para download.
Na arquitetura, a criação de maquetes em 3D com perfeição de escala e repleta de detalhes já é rotina em muitos escritórios. Uma empresa do setor chegou a criar uma máquina gigante chamada D-Shape, que pode construir uma casa sem a necessidade de intervenção humana. Fãs do automobilismo, como o apresentador de TV Jay Leno, usam suas impressoras para criar peças de carros antigos que não são mais vendidas no mercado. Cientistas brasileiros que estudam esqueletos fósseis já digitalizam e fazem moldes do material para visualizar e estudar melhor as estruturas internas. 
Impacto nos negócios e a polêmica impressão de armas
A cultura do “faça você mesmo”, onde qualquer um pode fabricar um produto real veio para ficar. A lógica é simples: se você pode imaginar e desenhar algo, a impressora pode construí-lo. É o cenário de liberdade criativa ideal para quem quer despertar o lado “designer” ou “engenheiro”.
Essa nova realidade também vai gerar impacto nos negócios. Para as empresas, isso significa que o processo da fabricação à entrega final ao consumidor pode ser tão simples como vender um arquivo pela internet, já que os próprios consumidores poderiam imprimir o artefato. Isso poderia baratear os custos de produtos e aumentar a possibilidade de personalização.
Por outro lado, muitas empresas já começam a se preocupar com a “pirataria 3D”, na qual pessoas copiam produtos e os imprimem de forma caseira. Seria algo semelhante ao impacto que as gravadoras tiveram com a concorrência dos arquivos de música digital. A fabricante de brinquedos LEGO é uma das que já se preocupam com o problema. Réplicas de seus bloquinhos de plástico já são populares entre os entusiastas da impressão 3D.
A fabricação de objetos polêmicos e perigosos também é outro problema. Em 2013, o americano Cody R. Wilson criou na sua impressora 3D um rifle capaz de fazer até 600 disparos. Este ano, uma empresa americana conseguiu “imprimir” uma pistola de metal que foi utilizada com êxito. O governo americano chegou a proibir o download de arquivos para essa finalidade, mas não de forma permanente.
Revolução na medicina e na ciência
Uma das áreas mais beneficiadas pela tecnologia é a medicina, que pode produzir materiais de alta precisão com as medidas exatas do paciente. Próteses que simulam órgãos são cada vez mais usadas em diagnósticos, como moldes de arcada dentária, narizes e ossos.
Os médicos também testam próteses para auxiliar nos tratamentos e lesões, como as próteses ortopédicas. Nos EUA, uma idosa está usando uma mandíbula feita por impressão 3D e um bebê recebeu uma prótese de polímero para usar na traqueia. Graças ao método, ele consegue respirar naturalmente.
Mas os cientistas querem ir além. No futuro, a previsão é que as máquinas comecem a produzir órgãos e tecidos humanos, como rins, bexigas e vasos sanguíneos que seriam usados em implantes. Chamada de bioimpressão, essa linha de pesquisa vem conquistando resultados positivos. Segundo a consultoria Gartner, essa área tem muito potencial, mas deve levar pelo menos dez anos para atingir seu maior grau de maturidade.
No Brasil, a Unicamp (Universidade de Campinas) já estuda a impressão em três dimensões para criar estruturas em que tecidos são reconstruídos na medida ideal para o paciente. Em 2013, um laboratório britânico criou um material sintético similar a tecidos vivos, que poderia ter aplicações médicas e substituir possíveis tecidos danificados no organismo.
Outro campo de estudos é a robótica. Pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) buscam produzir robôs a um custo baixo e que sejam capazes de realizar atividades pré-estabelecidas. As pessoas poderiam “imprimir” os robôs em casa para que eles ajudassem nas tarefas domésticas.
A NASA gostou da novidade e estuda testar uma impressora 3D no espaço. A máquina terá o tamanho de uma torradeira e deverá produzir ferramentas e peças de reposição nos laboratórios da Estação Espacial Internacional (ISS). Outro projeto da instituição é a pesquisa com materiais orgânicos. A ideia é reproduzir células que possam dar origem a materiais como carbono e madeira.
De tempos em tempos, uma nova tecnologia aparece para mudar o mundo profundamente. Foi assim com a energia elétrica, o carro e a internet. As previsões e pretensões da impressora 3D, não são diferentes.